segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

102 quilos de maconha recolhidos

Joana Perruci
A maior apreensão de maconha em Pernambuco, este ano, foi feita na madrugada do último sábado. Policiais da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN) vinham investigando, há cerca de dois meses, um grupo que contrabandeava a droga de Cabrobó, no Sertão do Estado, para o Recife, onde era distribuída. Clodoaldo Almeida Lima, de 28 anos, e seus comparsas Petrônio Cavalcanti de Carvalho Diniz, de 29, e a esposa Lígia Maria Faustino Cavalcanti de Carvalho, de 30, foram detidos com um carregamento de 102 quilos da erva.

De acordo com o delegado titular da DRN, Francisco Rodrigues, depois de dois meses de investigações, os policiais descobriram que Clodoaldo iria comprar a droga no último fim de semana. Com a informação, os agentes montaram uma campana no município de São Caetano, Agreste do Estado, distante 153 quilômetros do Recife, no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Segundo a polícia, Clodoaldo costumava alugar carros luxuosos e transportar a droga trajando paletó e gravata, para não levantar suspeitas e diminuir a probabilidade de ser abordado por agentes da PRF, nos postos, durante a viagem. No momento em que foi preso, Clodoaldo dirigia uma caminhonete Mitsubishi, de modelo L200, cor prata e placa KGE-6197, com toda a droga na carroceria, coberta apenas com uma lona. “Se os policiais tivessem aberto a tampa da caçamba, a droga teria caído porque o compartimento estava abarrotado. A PRF não tem o mesmo rigor quanto à abordagem e se preocupa com pessoas que levantem suspeita. A ousadia de não camuflar a carga também é gerada pela deficiência na fiscalização”, declarou Francisco.

Petrônio, estudante universitário do curso de Direito, foi preso num veículo Palio, prata, de placa KHD-1198. Ele dava cobertura a Clodoaldo, dirigindo logo à frente do carro carregado com a maconha. Lígia, esposa de Petrônio, foi presa numa casa na praia de Maracaípe, Litoral Sul do Estado. A casa servia de ponto de encontro dos criminosos. Com Lígia, a polícia não encontrou tóxicos. Mas a investigação disse que ela funcionava como laranja: tinha uma conta bancária em seu nome, onde os consumidores da droga faziam os pagamentos em forma de depósito.

O delegado Rodrigues acredita que o grupo tenha estudado a tática e o movimento policial da estrada, porque, além de alugar carros de alto valor, e andarem sempre bem vestidos, só transitavam durante a madrugada, quando o contingente de policiais diminui. Nos dois veículos foram encontrados, além da droga, uma televisão LCD, um aparelho de DVD, uma balança para a pesagem da maconha, um amplificador, um videogame de modelo Playstation e um estabilizador.

A droga, que seria distribuída em Olinda, no Recife e em Jaboatão dos Guararapes, está avaliada em cerca de R$ 50 mil. O material foi encaminhado ao Instituto de Criminalística (IC), para ser submetido à análise. Clodoaldo e Petrônio foram autuados em flagrante por tráfico e associação para o tráfico e Lígia foi autuada por associação para o tráfico. Os dois homens foram encaminhados à penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, e ela, para a Colônia Penal Feminina, no Recife.

0 comentários: